Carlos Silva
Apesar do reduzidíssimo número de informações divulgadas pela nossa mídia televisa radical e ideologicamente unilateral, eu e milhares de patriotas comemoramos o Jubileu de Ouro da Rodovia BR 230, Transamazônica, uma obra de cunho idealista e preservacionista que deveria ser cantada em prosas e versos nas escolas desde os primeiros dias de vida discente. Essa epopeia foi idealizada desde o Império, com o fito de mostrar ao mundo que a Amazônia tem dono e está protegida e bem cuidada. Nos anos 70, como parte integrante do Plano de Integração Nacional, a construção da Transamazônica foi anunciada em 1970 pelo Presidente Emílio Garrastazu Médici, com um traçado transversal, que pretendia ligar a região Nordeste à região Norte do país, e a sua realização se justificava no interior de duas motivações distintas, entretanto articuladas: por um lado, a estrada representaria uma alternativa aos problemas sociais causados pelas secas sazonais que assolavam os nordestinos; por outro lado, trataria de uma resposta à pouca densidade demográfica da Amazônia, cuja necessidade de integração era entendida como uma questão de segurança nacional e de desenvolvimento econômico. Médici vislumbrou ali a solução para o flagelo da seca: levar “homens sem terra para uma terra sem homens”. E o caminho de um lugar a outro se chamaria Transamazônica. Foi um ideia notável e muito bem estruturada. Em que pesem opiniões divergentes quanto aos impactos ambientais causados pela implantação da BR-230, é inegável que a construção da imensa estrada possibilitou, ao lado de outros recursos, criar na Amazônia uma área humanizada, decorrente da própria vontade humana de se desenvolver e vivificar uma área inóspita do nosso grandioso país, antes que estrangeiros o fizessem. E o projeto da BR 230 foi concebido com um mínimo de alteração ambiental, pois visava o desenvolvimento da Amazônia e sua completa integração ao Brasil. Não foi uma “aventura” inconsequente. Ocorre que, infelizmente, algumas ideias de defesa do meio ambiente e direitos humanos foram disseminadas de países que, historicamente, nada faziam pelos outros seres humanos, haja vista as atitudes pós-II GM e já haviam destruído suas florestas e então voltaram, como desde o nosso período colonial, seus olhos de cobiça para a nossa região Norte. E o pior é que algumas dessas ideias foram “formatadas” de forma grosseira e despidas de verdade para influenciar jovens da minha geração a defender, de forma indevida e equivocada, a Amazônia, mesmo sem ao menos conhecê-la, dificultando o acesso de brasileiros à área. E, inacreditavelmente, existem seres racionais bípedes que nasceram aqui no meu país e que defendem a internacionalização da nossa Hileia ou a “devolução” da região aos nossos indígenas. Mas, por que não se fala em “devolver” São Paulo e Rio de Janeiro às etnias indígenas originais? Enfim! Mas, hoje, cumprimento e honro os milhares de brasileiros que participaram da construção da Transamazônica, unindo o Nordeste ao Norte desta continental Nação, em um contexto de desenvolvimento sustentado por abnegado sentimento patriótico. A eles, os meus Respeitos!