14 de novembro de 2024

18ª Lei das 48 Leis do poder

Carlos Silva

As 48 Leis do Poder apresentam formas diversas de convivência e sobrevivência social. É claro que se deve respeitar as intenções de cada um, ao menos enquanto não nos trazem prejuízos ou demais consequências nocivas. Parece paradoxo que um mesmo conselho sirva para um atacar e outro se defender. Mas, a vida é assim mesmo. Aprende-se, desde cedo, que existem dois atores no cenário da vida que nunca, mas nunca mesmo, nos perdoam: a Natureza e o Mercado. Partindo deste princípio, o resto é pura interação com pessoas. Ou, até mesmo, a falta dela. Você consegue viver totalmente isolado do mundo? Se sim, tente explicar, caso queira. Eu gostaria de aprender isso. Mas, não quer dizer que concordo. Atualmente, muitos me chamam de “alienado latente”, pois não interajo em redes sociais, da moda. No máximo, em reduzidos grupos de WhatsApp. E isso, de certa forma, me torna um quase eremita. Bem, não me sinto mal assim. E nem estou causando problemas  a ninguém. No entanto, há quem se incomode com a minha reclusão midiática. Pena, mas, a vida também segue assim mesmo. Voltando ao foco do artigo, a 18ª Lei contraria e concorda com parcela do que já digitei acima: “NÃO CONSTRUA FORTALEZAS PARA SE PROTEGER – O ISOLAMENTO É PERIGOSO. O mundo é perigoso e os inimigos estão por toda a parte – todos precisam se proteger. Uma fortaleza parece muito segura. Mas o isolamento expõe você a mais perigos do que o protege deles – você fica isolado de informações valiosas, transforma-se num alvo fácil e evidente. Melhor circular entre as pessoas, descobrir aliados, se misturar. A multidão serve de escudo contra os seus inimigos.” Isso é muito útil mesmo. Não para todos, é claro. O livro narra fatos históricos, sobre a 18ª Lei,  envolvendo Ch’in Shih Huang Ti, o primeiro imperador da China (221-210 a.C.) e, também, casos com Luís XIV. Leia o livro, pois é interessante a abordagem das relações humanas em busca do posicionamento mais poderoso. “Não se abre mão do poder”, muitos afirmam isso. Eu prefiro “eu pago para não me aborrecer”. É tudo uma questão de escolha. Como tudo na vida. E tem dado certo para mim, ao longo dos meus 65 anos de vida. E, como diz outro ensinamento da vida, “ um homem deve ter filho, plantar árvore e escrever um livro, na vida”. Assim, neste contexto, cumpri a minha missão neste planeta. Agora, estou, apenas, no aproveitamento do êxito alcançado na guerra da sobrevivência. No livro existem duas passagens conflituosas sobre a 18ª Lei: “Maquiavel argumenta que num sentido estritamente militar a fortaleza é sempre um erro. Ela se torna símbolo do isolamento do poder, e é um alvo fácil para os inimigos do seu construtor.” Em outro trecho, está escrito: “Maquiavel só pôde escrever O príncipe porque estava exilado e sozinho no campo, longe das intrigas políticas de Florença.” Como tudo na vida, existem vantagens e desvantagens em qualquer decisão a ser tomada. A decisão nunca é perfeita. Então, faça você mesmo as suas escolhas. E que siga a vida. Vou abrir uma cerveja. E bem gelada!

Carlos Alberto da Silva

Coronel do Exército, na Reserva, professor universitário, graduado em Administração e mestre em Ciências Militares

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